O advogado Cristiano Zanin foi o indicado do presidente Lula para a vaga remanescente do STF. Zero surpresa. Que comecem as ilações contrárias, Manifeste-se a hipocrisia política que nos rodeia.
Há argumentos contrários de dois tipos. Uns questionam o conhecimento jurídico do indicado. Outros - corrente majoritária - questionam a moralidade da indicação.
Ives Gandra Martins, com o estilo pedante de sempre, defendeu em artigo para o Estadão que Zanim não teria notório saber jurídico porque não escreveu muitos livros. O jurista que fez malabarismo hermenêutico para mutilar o artigo 142 da Constituição e balizar golpe de Estado despreza a capacidade profissional de um advogado, com base em academicismo retrógrado.
Moro e Deltan estão no time que se apega ao argumento moral para desqualificar a indicação. Justo eles que na operação Lava-jato protagonizaram uma imoral cumplicidade entre acusador e juiz?
O ex-juiz que se autoproclama paladino da moralidade, sete meses após decretar prisão de um forte candidato à presidência, se tornou ministro do principal beneficiário da decisão.
O ex-procurador que avalia com elevada moral Lula indicar seu advogado para o STF não teve o mesmo padrão quando foi flagrado se ufanando do dinheiro que ganhava pelas palestras que fazia, fruto de suas falcatruas judiciais.
Bom, a julgar pelos posicionamentos contrários à indicação, dá para afirmar que Zanin tem tudo para ser um excelente Ministro do Supremo Tribunal Federal.