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Opinião

Cid Pai, Cid Filho e o Acéfalo

Questão de Opinião / Agnaldo Borcath


Se você é da minha geração, além de um quarentão saudosista, provavelmente já tenha assistido "Esqueceram de Mim" pelo menos duas dúzias de vezes. O clássico de natal noventista conta a história de um garoto que é esquecido em casa quando a família viaja em férias. Enquanto se diverte com a ausência dos pais e dos irmãos chatos, dois ladrões tentam invadir sua casa. São impedidos pela esperteza do menino e pela própria burrice dos criminosos.

Os ladrões de jóias da gangue de Bolsonaro se assemelham a esses bandidos trapalhões do cinema.

Senão, vejamos:

Mauro Cid recebeu a missão do capitão de vender jóias no mercado negro. "Missão dada é missão cumprida, Capitão! Farei ofertas por e-mail", ideou o ajudante de ordens e calculou, "Deus me livre de esquecer de deletar os enviados e os recebidos".

Assim o fez, limpou as caixas de entrada e de saída. Só se esqueceu - oh, valha-me, Nossa Senhora! - de limpar a lixeira. Aí o lixo não deletado acabou por delatar o safardana. Para a alegria dos investigadores da Polícia Federal.

Mas como diz o ditado: o fruto não cai longe do pé. Daí presumir-se que essa inteligência rara de Mauro Cid tenha origem na boa genética familiar. Fato que se confirma pela participação do pai do militar na trama.

O general Mauro Cesar Lourena Cid pensou que seria uma boa ideia fotografar as relíquias para facilitar a venda. Marqueteiro forjado nas Agulhas Negras, ponderou que seria de bom tom ter sua imagem refletida em uma das peças. Assim o fez para a alegria da Polícia Federal.

Não dá para esquecer do Frederick Wassef que, inobstante não pertença à família Cid, se irmana ao pai e ao filho na estultícia. O advogado, que tem no currículo o ter oferecido guarida a Fabrício Queiroz, agora ataca de negociador de relógios no exterior. Wassef confirmou ter recomprado, com dinheiro vivo, nos Estados Unidos, um relógio Rolex dado de presente a Bolsonaro em viagem oficial à Arábia Saudita.

O detalhe é que o malandro logrou pagar valor maior do que tinha recebido Cid pelo mesmo objeto. Seria esse o tal custo Brasil denunciado por liberais e que tanto prejudica o empreendedor brasileiro? Certo é que a inflação não perdoa nem a bandidagem e Frederick passou a ser chamado pelos próprios bolsonaristas como Wacéfalo. Que fase!

De tudo se pode concluir que, embora não se duvide da esperteza da Polícia Federal para cuidar dos crimes das jóias, não se pode negar que, de bandidos parvos até investigador mirim dá conta.

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