A corretora de investimentos e banco de varejo Charles Schwab reforçou uma tendência desse início de temporada de resultados nos Estados Unidos: reportou números melhores que o esperado, impulsionados por uma maior receita com juros. O ciclo de aperto monetário capitaneado pelo Federal Reserve também contribuiu para os balanços de JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup, divulgados na última sexta-feira.
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O lucro líquido da Charles Schwab no primeiro trimestre de 2023 foi de US$ 1,6 bilhões, cifra 14% maior que a registrada um ano antes, superando a média das projeções do mercado. A receita líquida da corretora cresceu 10%, para US$ 5,12 bilhões, no mesmo intervalo de tempo. Desse total, a receita líquida com juros foi de US$ 1,818 bilhão, mais que o dobro da registrada um ano antes (US$ 904 milhões).
Às 10h54 (horário de Brasília), os papéis da corretora negociados na NYSE com o ticker SCHW subiam 3,13%. Contudo, as ações acumulam queda de mais de 30% no acumulado do ano até agora.
“Os mercados de ações se recuperaram dos níveis do final de 2022, mas o sentimento do investidor permaneceu pessimista – especialmente após o início da turbulência do setor bancário no início de março”, disse o CEO da Charles Schwab, Walt Bettinger, no comunicado que acompanhou o balanço.
Em março último, as ações da instituição financeira caíram quase 33%, sendo o pior mês da Charles Schwab na Bolsa em toda sua história. A corretora foi duramente impactada pela crise de liquidez nos bancos regionais dos Estados Unidos, que levou à falência do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank.
No primeiro trimestre, os depósitos da Charles Schwab sofreram uma queda de 30% (ou US$ 140 bilhões) em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 325,7 bilhões. Em relação ao quarto trimestre de 2022, os clientes da instituição financeira resgataram US$ 41 bilhões de dólares.
A Charles Schwab deixou de cobrar comissões em sua atividade como corretora de 2019 e ficou mais dependente das receitas de juros do banco. Mas com o ciclo de aperto monetário do Fed, a renda fixa fica mais atraente e acaba “roubando” os recursos desses correntistas. Analistas avaliam que os bancos estão lentos em remunerar melhor seus depositantes.
Com agências internacionais