Relatório da Órama indica que “primeiramente, é preciso compreender queseria improvável que um governo de viés mais à esquerda propusesse uma nova regra fiscal consubstanciada em corte de despesas. É consensual que a proposta é fundamentada em aumento de arrecadação.” Além disso, o texto detalha que, pelo lado das despesas, o que foi proposto é um crescimento condicionado ao resultado primário e em um ritmo menor que o aumento das receitas líquidas, “isto é, descontada de dividendos, concessões, royalties e transferências legais e constitucionais por repartição de receitas primárias.”
Caso as metas de resultado primário, estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sejam alcançadas, diz a Órama, o governo pode aumentar em 70%, de forma real, as despesas. “Na hipótese de o governo não entregar um resultado primário dentro das bandas de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo, haverá uma penalização e as despesas só poderão aumentar 50% da receita.
É importante mencionar também que há um crescimento real mínimo de 0,6% e máximo de 2,5% para as despesas de forma que, se, excepcionalmente, as receitas explodirem, os gastos não vão poder ter um aumento tão expressivo.”
Inflação
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta quarta-feira, 19, que o índice geral de inflação no Brasil tem diminuído e deve alcançar o piso em junho, voltando a acelerar depois, terminando o ano em torno de 6,0%. Mas ressaltou que os núcleos de inflação seguem resilientes, indicando que o BC precisa persistir na estratégia de política monetária. “Trabalho não está feito ainda em inflação e precisamos ser persistentes.”
As declarações do presidente do BC foram feitas em reunião com investidores em Londres, organizada pelo European Economics & Financial Centre (EEFC).
Campos Neto considerou que as projeções de inflação para os próximos anos estão melhores do que para 2023, mas ainda estão longe das metas.
Livro bege
A atividade econômica dos EUA teve poucas alterações nas últimas semanas, mostra Livro Bege, do Fed. As expectativas de crescimento futuro também permaneceram praticamente inalteradas; no entanto, dois distritos viram as perspectivas se deteriorarem.
“Contatos esperam mais alívio nas pressões de custos de insumos, mas anteciparam mudanças de preços com mais frequência em comparação com os anos anteriores.”
A última leitura do Fed sobre o estado da economia fornece uma retrato das condições de empresas, instituições financeiras e do mercado de trabalho após a falência de dois grandes bancos regionais dos EUA em meados de março, que abalou a confiança no setor financeiro norte-americano e levou a uma resposta de emergência de reguladores para conter os efeitos colaterais.
Investimentos
O governo fará anúncio de medidas para fomento dos investimentos, diz secretário do Tesouro, Rogério Ceron. Segundo ele, o foco será em parceria público-privadas (PPPs) de Estados e municípios, com garantias federais. “Os investidores estrangeiros se interessam pelas PPPs do governo federal, mas não buscam os entes. Por isso, o Tesouro vai oferecer garantias nessas PPPs, mudando completamente o patamar de atratividade”, afirmou, em entrevista à GloboNews. Ceron diz que o objetivo é fomentar PPPs em rodovias, mobilidade, educação, saúde, parques urbanos, parques de conservação, equipamentos culturais e projetos do sistema prisional. (Estadão Conteúdo)
Produção industrial
A produção industrial brasileira recuou 0,2% em fevereiro, após registrar queda de 0,3% em janeiro, informou nesta quarta-feira (19) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante fevereiro de 2022, na série sem ajuste sazonal, a indústria caiu 2,4%. É o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 0,6% no período.
O consenso Refinitiv esperava uma queda de 0,1% em fevereiro ante janeiro e uma retração de 1,9% sobre fevereiro de 2022. O resultado para o bimestre de janeiro-fevereiro de 2023 é de -1,1% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses é de -0,2%.
Calote
Depois das fortes preocupações provocadas pela crise envolvendo alguns bancos americanos no mês passado, como o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank nos Estados Unidos, o lendário gestor da Oaktree Capital, Howard Marks, alertou que o mercado imobiliário comercial americano (CRE) pode ter que lidar com uma onda de calotes, especialmente envolvendo hipotecas de lajes comerciais. Segundo ele, esse é um dos maiores medos dos bancos americanos atualmente.
Em carta enviada a investidores, o executivo destacou que cerca de 40% dos empréstimos envolvendo o mercado imobiliário comercial dos Estados Unidos vão precisar ser renovados até o fim de ano de 2025.
Embora as taxas cobradas sejam fixas, Marks afirmou que é bem provável que os juros estejam mais elevados, diante do aperto monetário iniciado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) desde o ano passado.