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Fundos de Ações

Os melhores fundos de ações e multimercados em março e em 12 meses; tech e criptos lideram ganhos


Fonte: TC/Economatica

O levantamento do InfoMoney levou em conta dados extraídos da plataforma TC/Economatica em 12 de abril. Foram considerados veículos não exclusivos, com gestão ativa, patrimônio líquido médio superior a R$ 100 milhões em 12 meses e mais de 99 cotistas no fim de março deste ano.

Na categoria de renda variável, foram excluídos fundos monoações. Entre os multimercados, não foram considerados fundos de crédito privado.

Fundos de ações: papéis de tech são destaque

Os resultados positivos de ações ligadas à tecnologia garantiram bons retornos para o Arbor Global Eq Brl FIC FIA Bdr Nivel I, que subiu 6,77% em março. Hoje, a maior posição do fundo está em Microsoft (MSFT34), em que a casa investe há cerca de sete anos, conforme explica o sócio e gestor na Arbor Capital, Leonardo Otero.

O executivo defende que a companhia está muito bem posicionada, além de ser um negócio sólido. A Microsoft também vem chamando atenção ao destinar recursos e trabalhar junto com a Open AI, empresa criadora do ChatGPT, o que pode ser um diferencial, na visão do especialista, já que nem todas as empresas do ramo atuam na inteligência artificial.

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Outra alocação da carteira está na Amazon (AMZO34). Otero explica que o grande debate hoje gira em torno de qual será a velocidade de recuperação de margem que a companhia terá depois de um período bastante negativo. Para o profissional, o balanço do primeiro trimestre ainda não deve vir bom, mas a casa aguarda uma melhora constante dos números ao longo deste ano.

Em sua justificativa, ele defende que a companhia possuía uma capacidade de infraestrutura em 2020 e que isso mudou de forma radical em 2021 e 2022 com uma grande expansão. O problema é que, logo após esse forte crescimento, a receita da empresa foi afetada negativamente em virtude dos juros altos e da inflação elevada nos Estados Unidos, o que trouxe seus números para baixo.

“Com o tempo, acredito que ela irá crescer de uma forma capaz de diluir os custos altos de expansão de 2021 e 2022”, afirma Otero, ao destacar que a empresa está focada em eficiência e que já realizou alguns cortes de custos com a demissão de funcionários.

Apesar de deter uma exposição maior em ações americanas no fundo, posições na Bolsa brasileira não ficam de fora, ainda que em percentuais bem pequenos, segundo o sócio da Arbor Capital, João Rômulo Lima.

Hoje, a posição em Bolsa local está concentrada em Banco Inter (BIDI4) e Prio (PRIO3), antiga PetroRio. Ao comentar sobre o banco, Otero defende que a ação está muito “barata” e que o mercado está precificando o papel de forma “injusta”.

“Quando você olha o que ele prometeu desde que veio a mercado, ele entregou mais. O mercado mudou de narrativa. Ele estava focado em crescer. Todo o crescimento do Inter está sendo descontado”, diz o gestor da Arbor, que avalia que a queda gerou uma grande oportunidade. Embora seja uma posição pequena, Otero acredita que o papel pode ter uma forte valorização em breve.

Assim como o Inter, os papéis da PetroRio passaram por períodos mais complicados nos últimos meses. A explicação está em uma medida provisória apresentada pelo governo no fim de fevereiro. O texto prevê a instituição de uma taxa sobre as exportações de petróleo bruto por quatro meses, a partir de 1º de março.

A medida está em tramitação no Congresso, mas Otero acredita que não deverá passar. Logo após o anúncio do governo, uma série de emendas foram protocoladas ao texto, sendo que várias pediam a derrubada do tributo.

Fundos multimercados: ganhos com juros e olho em seguradoras

Enquanto alguns fundos ganharam bastante com posições no exterior, outros tiveram bons frutos com alocações locais. É o caso do Neo Provectus I Fc Mult, que subiu 20,81% nos últimos 12 meses. Cerca de metade do retorno do fundo veio de posições em juros no Brasil, como explica o gestor de multimercado da Neo Investimentos, Mario Schalch.

Uma das posições ganhadoras foi uma operação em inclinação de curva. Schalch afirma que a casa acreditava que os cortes de juros feitos pelo Banco Central se concentrariam entre o fim de 2023 e 2024. A casa acreditava que a autoridade monetária seria cautelosa e optaria por iniciar o afrouxamento monetário apenas quando o processo de desinflação já estivesse mais estabelecido.

Tal posição, porém, sofreu uma redução recentemente. O gestor explica que a chance de o ciclo de corte de juros ser maior do que o mercado espera é muito pequena e, portanto, a maior parte do movimento já teria ocorrido. As taxas mais longas caíram menos do que as taxas mais curtas, mesmo com o alívio visto em toda a curva de juros nas últimas semanas, lembra o profissional da Neo.

Atualmente, uma parcela dos agentes de mercado acredita que o BC poderia iniciar os cortes a partir de junho. Schalch, porém, defende que o BC será capaz de iniciar o ciclo de corte de juros a partir de agosto quando mudar o prazo que ele costuma olhar a inflação. Nas projeções da Neo, a Selic deve encerrar este ano em 12,5% e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve terminar 2023 em 5,9%.

Posições em ações também foram responsáveis por cerca de um terço dos ganhos do fundo nos últimos meses. Dentro do setor financeiro, um dos papéis que a casa comprou foi Banco do Brasil (BBAS3). A alocação, porém, foi reduzida recentemente diante da falta de visibilidade nos próximos seis a 12 meses.

Mudanças também nas ações de seguradoras, mais presentes no fundo agora. Uma das principais posições hoje está nos papéis da BB Seguridade (BBSE3). A explicação, segundo o executivo, é que a demanda por seguros costuma ser menos sensível a uma redução da atividade econômica, como a que é esperada para este ano.

Nas contas de economistas consultados pelo Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve encerrar 2023 com alta de 0,90%, bem abaixo do crescimento de 2,9% registrado no ano passado.

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Já na parte internacional, a casa tem preferido ficar mais leve. Schalch conta que o fundo praticamente não adotou posição direcional em juros lá fora nos últimos meses, ao contrário de outros fundos multimercados, que mantiveram posições beneficiadas da alta dos juros (tomadas) nos Estados Unidos.

O profissional afirma que o ciclo de aperto monetário parece mais perto do fim nos EUA, mas ressalta que o mercado está antecipando muito o início dos cortes. “EUA devem seguir com uma inflação elevada e longe da meta. Eles vão ter cuidado na hora de iniciar os cortes. Tem uma boa chance de não ser esse ano”, destaca.

Para ter uma mudança de cenário, o gestor defende que é preciso que a inflação tenha uma queda mais consistente na parte de serviços e de salários. Em sua visão, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve elevar os juros em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) na próxima reunião e esperar um tempo para ver se a escalada de preços perde força.

Melhores fundos multimercados nos últimos 12 mesesRetorno em 1 ano (%)
Exploritas Alpha America Lat FICFI Mult40,60
Ibiuna Long Short Stls Fc de FI Mult26,19
Itau Vertice Optimus Extreme Mult Fc21,19
Neo Provectus I Fc Mult20,81
Capstone Macro A FICFI Mult19,38
Xp Macro Plus Fc FI Mult19,25
Armor Axe Fc FI Mult18,41
Gavea Macro Plus II Fc FI Mult18,34
Genoa Capital Radar Fc FI Mult18,04
Absolute Vertex Bp Fc FI Mult17,34

Fonte: TC/Economatica

Fundos de ações: olho em smalls caps

Com o olhar mais voltado para o Brasil e para empresas com menor valor de mercado (small caps), outro fundo que vem acumulando ganhos nos últimos 12 meses é o Trígono Delphos Income, da Trígono Capital, com uma rentabilidade de 7,78%.

Segundo o CIO da gestora, Werner Roger, entre os papéis que lideraram os retornos no período estão Mahle Metal Leve (LEVE3), Ferbasa (FESA4), Kepler Weber (KEPL3) e Tupy (TUPY3).

Posições que começaram pequenas, há cerca de um ano, e agora são relevantes também trouxeram bons frutos para o fundo – caso do Banco da Amazônia ([ativo=BASA3]), que funciona como uma empresa de economia mista com a União como acionista majoritário.

Embora seja uma ação pouco acompanhada por casas de análise, Roger defende que o banco se destaca por ser ainda mais voltado para o agronegócio do que o próprio Banco do Brasil. O setor responde por mais da metade da carteira de crédito da instituição financeira.

Na avaliação do executivo, o banco poderia ser beneficiado em um cenário cada vez mais positivo para a safra brasileira e pela expectativa de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foque no crédito subsidiado. Outro destaque é que o banco está entrando no segmento de seguros rurais, ou seja, está buscando outras formas de fomentar a carteira de serviços, o que o executivo considera positivo.

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Um papel que também ganhou peso na carteira nos últimos meses foi o da Irani (RANI3), empresa que atua na produção de embalagens de papel e de papelão ondulado. Roger afirma que a vantagem da companhia é que ela possui muitos clientes do ramo de frigoríficos que utilizam as embalagens para transportar carne para exportação.

O gestor também se mostrou surpreso com o crescimento que o setor de embalagens tem apresentado, mesmo diante de uma desaceleração da economia. “Acredito que os estoques estavam baixos e as empresas estão em fase de recomposição”, diz.

O executivo também avalia que a recomposição pode estar ligada ao fato de que o pessimismo maior inicial com a troca de governo esteja se dissipando com a perspectiva de queda da Selic e com a divulgação de índices de inflação negativos, como o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), além da expectativa de aprovação do arcabouço fiscal no Congresso.

Melhores fundos de ações nos últimos 12 mesesRetorno em 1 ano (%)
BTG Pactual Absoluto LS FIC FIA20,53
Charles River FIA14,52
Spx Falcon Fc em Acoes9,42
Trigono Delphos Income FIC FIA7,78
J China Equity Advisory FIA Ie7,41
Organon FIC FIA7,29
Kadima Long Short Plus Fc FIA7,17
Jbfo Navi Fender Fc FIA6,90
BB Acoes Brl Universal Brands Ie Pvt FI5,57
Dyn Global Dolar Advisory Fc FIA Ie5,50

Fonte: TC/Economatica

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