O Bitcoin (BTC) e demais criptomoedas estão prestes a passar por seu maior ciclo de alta, disse a gestora Bernstein em um relatório divulgado na segunda-feira (17). São vários os motivos.
O primeiro, segundo a empresa, é o colapso da exchange FTX, que teria removido do mercado a “alavancagem tóxica de criptomoedas”. Assim como no mercado de ações, traders de criptomoedas podem tomar emprestado criptomoedas para maximizar ganhos em operações. Mas, ao contrário de bolsas reguladas, corretoras de criptos permitem um alto nível de alavancagem, que costuma ficar entre 25 vezes e 100 vezes o capital inicial do investidor.
A queda da corretora, ainda segundo a Bernstein, mostrou para os investidores a importância de guardar seus ativos digitais em carteiras próprias e fora de exchanges, que, se não forem bem administradas e sérias, podem quebrar e sumir com o dinheiro.
Os brasileiros parecem ter entendido o recado. Em fevereiro, os usuários locais movimentaram R$ 165,2 milhões em criptoativos sem uso de exchanges, valor quatro vezes maior que o montante de janeiro, segundo dados da Receita Federal.
Além da queda da FTX, segundo a Bernstein, outro catalisador para a possível subida futura das criptos é a crise no sistema bancário dos Estados Unidos, que gerou o fechamento de três bancos no início deste ano — Silvergate Capital Corp, Signature Bank e Silicon Valley Bank (SVB).
O Bitcoin, sinalizou a gestora, foi criado como uma opção ao sistema financeiro tradicional, e a curta história da primeira moeda digital mostra que ela tende a subir em períodos de crises em organizações bancárias.
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Por fim, segundo a Bernstein, outro indicativo de alta para o setor são as saídas de fundos do mercado monetário (produtos de investimento que colocam dinheiro em títulos de dívida de curto prazo, como títulos do Tesouro norte-americano).
“Qualquer deslocamento potencial, seja do lado do crédito bancário ou do lado soberano, posiciona o Bitcoin perfeitamente como um ativo de refúgio seguro”, escreveram os analistas Gautam Chhugani e Manas Agrawal.