Quando uma causa é importante costuma-se lançar mão de anúncios publicitĂĄrios com a intenção de chamar a atenção do público. Convencendo-o a participar de alguma campanha ou aderir a alguma ideia. Dentro da estratégia estĂĄ a criação de um slogan, ou seja, uma frase curta e impactante para gerar identificação com a causa.
Devido aos lamentĂĄveis casos de racismo presentes no ambiente do futebol, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou uma campanha identificada pelo slogan: COM RACISMO NÃO TEM JOGO.
SerĂĄ?
Pois bem, com slogan e tudo um amigo de infância e assessor do Vinicius Junior foi vítima de racismo na tarde do último sĂĄbado (17) no EstĂĄdio Cornellà-El Prat, em Barcelona, na Espanha, onde a Seleção Brasileira realizou partida amistosa com a seleção de Guiné.
Um segurança que não liga para slogans abordou Felipe Silveira, negro, de 27 anos, tirando uma banana do bolso e falando: "Mãos para cima, essa daqui é minha pistola para vocĂȘ".
As manifestações de racismo no futebol infelizmente não são novidade. Trata-se de um reflexo de algo maior presente nas sociedades, que se expressa também dentro das arenas esportivas: o racismo estrutural. O que talvez choque, a ponto de causar reação mais contundente da opinião pública, é a forma mais escancarada como o crime vem sendo cometido no ambiente do futebol. Vinicius Junior que o diga.
O caso que envolve o futebolista brasileiro não é só um caso isolado. Trata-se de um conjunto de crimes contra o do atacante do Real Madrid. O jogador vem sendo vítima de ataques, insultos e diferentes níveis de racismo hĂĄ anos. JĂĄ quando atuava no Flamengo, é sempre bom lembrar. AliĂĄs, desconheço algum negro no Brasil que não tenha nenhum episódio de racismo contra si para contar.
Desta vez a vítima foi seu assessor. Mas e o slogan?
Foi só uma frase de efeito, mesmo. O jogo aconteceu normalmente e a CBF emitiu uma nota que talvez não passe de mais uma peça publicitĂĄria. Mais uma jogada de marketing.