O ex-presidente Jair Bolsonaro comentou a respeito do envolvimento de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, na negociação da venda de um relógio da marca Rolex. O relógio, que havia sido recebido durante uma viagem oficial à ArĂĄbia Saudita em outubro de 2019, foi vendido por R$ 300 mil.
Durante um almoço com o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, na sede da Prefeitura, Bolsonaro foi questionado sobre o caso.
Segundo o ex-presidente, é natural alguém "querer cotar alguma coisa" na internet".
"Tudo o que o TCU me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com ele e o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em vocĂȘ cotar o preço de alguma coisa, é natural", completou Bolsonaro.
Uma reportagem do jornal O Globo revelou que Mauro Cid trocou mensagens com uma ex-assessora do gabinete pessoal de Bolsonaro a respeito da venda do relógio. Essas mensagens estão atualmente em posse da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o assunto. Nas mensagens, Cid demonstrou interesse em saber o valor do relógio e enfatizou que o objeto nunca havia sido utilizado. Ele manifestou a intenção de vender a peça por US$ 60 mil (aproximadamente R$ 300 mil) e também mencionou que não possuía o certificado do Rolex, jĂĄ que o relógio foi um presente adquirido durante uma viagem oficial.
No dia 6 de junho de 2022, Cid recebeu um e-mail em inglĂȘs de uma interlocutora que expressou interesse na compra do relógio. A interlocutora mencionou que o mercado de Rolex usados estava em baixa, especialmente para relógios com detalhes de platina e diamante, devido ao alto valor. Cid respondeu informando que não possuía o certificado do Rolex e que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil na cotação atual). Os e-mails, no entanto, não fornecem detalhes sobre o contexto em que o relógio foi recebido.