De Malas Prontas
No dia seguinte, Estevão cumpre sua promessa, e nem olha na cara de Isabel. Ela já está de saída quando o rapaz saí de seu quarto. Ele vai até a cozinha e prepara seu café, parecendo nem notar a presença de Isabel. Assim, a moça não tem mais nada a fazer se não tomar seu rumo, e ir para o trabalho. Logo, Isabel chega a Requinte Modas, trazendo consigo sua mala e todos os seus pertences. Chegando lá, é recepcionada por uma Tereza compadecida. – Você pode ficar lá em casa. Sem problema nenhum. O que eu não entendo é porque veio trabalhar hoje, depois de tudo isso. O tombo da escada ontem, todos esses baques que sofreu. – Eu não tenho mais nada para fazer. O único lugar em que ainda me sinto um pouco bem, é aqui. Então ouve-se passos se aproximando. É Wanda, que chega ao escritório, e ao ver Isabel mostra profunda preocupação. – Isabel, como você está? – Não vou mentir, estou muito mal amiga. – Mas o que aconteceu? Algo que eu possa ajudar? – Não. Não aconteceu nada. Quer dizer... – Bom pessoal, temos que trabalhar – Interrompe a chefe, com medo de que Isabel deixe escapar algo que faça Wanda suspeitar de toda a longa história. – Vamos deixar essa conversa para depois. – Tem razão, Sra. Bassanessi. – Wanda então se vira e imediatamente aponta para o chão. – Mas e essa mala, é de quem? – Minha – diz Isabel. – Eu, sai de casa. – Mentira – exclama Wanda, em um tom tão falso que é até surpreendente as outras duas mulheres não notarem que algo está errado. – Porque? – Ah, nem tente entender. Mas o que Isabel não sabia era que Wanda naquele exato momento acabava de ter mais uma de suas ideias.
Trágica Surpresa
E com o passar do dia, nada de extraordinário acontece. Já ao final do expediente, Isabel decide finalmente ir falar com Dagoberto. Esclarecer toda a situação e dizer que precisa de apoio. Na saída da loja, é obrigada a abrir a mala que carregava, para revisão, como acontece com todos os funcionários que entram com alguma mala, bolsa, ou sacola dentro da loja. A surpresa que tem é trágica. – Isabel – exclama Túlio, o segurança que está a fazer a revista. – Essas duas peças de roupa. São da loja. Estão ainda com etiqueta. – Mas como isso foi parar aí dentro? Ao perguntar isso, Isabel ouve a voz de Dalva, que vem ao encontro daquele conflito. – Gente, o que está acontecendo? Wanda aparece segundos depois, com uma expressão muito preocupada. – Túlio, o que houve? Por que enviou o sinal de roubo lá para a sala da diretoria? – A Isabel. Estava tentando sair com algumas peças de roupa dentro de sua mala. Roubadas. – Não, espere aí – grita Isabel, muito ofendida com a acusação. – Eu não roubei nada. Não sei como foi que isso...– Isabel! – Wanda se mostra indignada, parece não saber o que pensar. – Bom, que você estava estranha tudo bem, mas eu nunca imaginaria que... – Mas que furdunço é esse aqui na porta da minha loja? – pergunta Tereza, ao ver já um pequeno aglomerado de clientes e funcionários assistindo a cena. – A Isabel – explica o segurança. – Eu a peguei tentando levar essas duas blusas e ainda esse vestido dentro da mala. – Isabel? Você estava.. me roubando?
Uma Nova Expulsão
– Isabel, eu não sei o que passou pela sua cabeça. Que decepção. Que grande decepção – lamenta Tereza, desolada. – Não. Tem algo de errado acontecendo – Isabel não entende. – Tereza, você sabe melhor do que ninguém que eu nunca pegaria um alfinete dessa loja. – Só pode estar havendo algum engano mesmo. A Isabel seria incapaz, não acham? – intromete-se Wanda, fingindo estar a favor da moça. Após, muda rapidamente de opinião. – Se bem que... não há como negar que as roupas estavam dentro da mala. – A única que se enganou aqui foi a Isabel, que pensou que pudesse nos passar pra trás – vociferou a Sra. Bassanessi. – Faça o seguinte, vá embora. Passe aqui amanhã, para acertar sua contas. – Não. Alguém deve ter plantado essas roupas dentro da minha... – Já basta. Túlio, pode levar ela – ordena Tereza. – Vamos, me acompanhe Isabel. Ele agarra a moça firmemente pelo braço. Ela, relutante, acaba sendo arrastada loja afora, gritando: – Não. Me solte. Me solte, isso é mentira. Eu não peguei nada. – Gente, que barraco – comenta Wanda, depois que Isabel está fora de vista. – Coitada – fala Dalva, em tom baixo e penalizado. – Coitada? – zomba Wanda. – Hum, ela ainda não passou por nada. Espere para ver o que vem por aí.
Ajuda Inesperada
Totalmente sem moradia, e sem nenhum rumo a tomar, Isabel vaga pela rua, refletindo sobre todos os problemas que viraram sua vida de cabeça para baixo. Porém, ao anoitecer, a garota tem uma grande surpresa. No momento em que está sentada no banco da praça principal de Monte Bello, Isabel avista Dalva, que vem ao seu encontro. – Venha Isabel. Vamos lá para casa. – Para sua casa? – estranha Isabel. – Mas Dalva, nós nunca nos falamos direito, porque isso agora? – Não importa. Eu acredito em você, e quero te ajudar. – Bom, eu nem sei o que dizer. Muito obrigada. Obrigada mesmo. Isabel acompanha Dalva, ainda pensando no porque daquela atitude. Ela é gentilmente recepcionada na casa de Dalva, um pequeno e aconchegante apartamento onde a vendedora mora sozinha. Interiormente, Dalva se sente culpada por parte dos penáveis acontecimentos com a moça. Está mesmo arrependida de ter ajudado Wanda em todos aqueles atendados. Porém, não conta nada a Isabel. Já pela manhã, Dalva sai para o trabalho. Isabel fica sozinha na casa, com a promessa de ainda naquele dia comparecer até a loja para acertar suas contas. Como já virara costume, não demora muito para a moça ter mais uma surpresa. Essa, vem logo que Dalva sai. Alguém bate a porta. Isabel corre em direção a mesma, pensando que Dalva havia esquecido a chave ou algo do gênero. Mas ao abrir, ela vê... – Tereza? Quer dizer, Sra. Bassanessi.
NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO, AMANHÃ AQUI NO TN!!