Confissões
Desesperada com a situação, no dia seguinte Isabel pede conselhos a uma das únicas pessoas que sente poder contar em uma situação dessas, sua amiga e chefa Tereza Bassanessi. – Nossa Isabel. Eu nem sei o que ter dizer. Que situação – espanta-se Tereza. – Sim. E o pior é que eu tenho certeza de que o filho é do Dagoberto. Sabe, eu me sinto suja. Traí meu namorado. Traí uma das minhas melhores amigas – lamenta-se. – Bom, o que eu posso garantir é que se você precisar de qualquer ajuda estarei aqui. E aconselho uma coisa, a Wanda não pode saber disso. Ela ficaria arrasada. Não só arrasada, furiosa. – Sim, eu sei. Mas uma hora ou outra eu vou ter que contar ao Dagoberto. Ele vai ter que me ajudar a assumir essa criança. Não posso ficar como mãe solteira, não é. – Não, isso claro que não. Você ficaria falada pelo resto de sua vida. – Nisso, a chefe tem uma idéia. – Mas... tem uma solução para isso. – Tem? – questiona Isabel, já sem saber o mais o que pensar. – Então me diga Tereza, pois eu não vejo saída nenhuma. – Bom, você vai ter que mentir. Mas será uma mentira que resolverá tudo. Você não disse que está namorando esse moço, o Estevão? Pois então, finja que o filho que você está esperando é dele. – É, poderia ser uma solução. Mas é arriscada, e muito, mas muito errado com o Estevão – reflete a confusa garota. – Mas é uma solução. E você deveria levar ela em consideração. Nesse momento, as duas são surpreendidas por Wanda, que adentra o escritório com extrema veemência. – Conversas sobre a empresa meninas? – indaga.
Inimiga Declarada
– Sim, estávamos traçando as novas planilhas de compras – disfarça Tereza. – Hum, claro. Bom, vim apenas pegar esses papéis. Já vou indo. – A moça vai até uma mesa e pega uma papelada. Antes de sair do escritório, pergunta – Isabel, está se sentindo bem? Parece tão... – Não, está tudo bem. Perfeitamente bem. Tudo certo – apresa-se em falar Isabel, visivelmente nervosa. – Ah, deve ter sido impressão minha então. Bom, até logo – fala antes de retirar-se. (Isabel): Que horror. Será que ela ouviu alguma coisa? E ao sair do escritório, Wanda se encaminha diretamente para o banheiro. Ao entrar no amplo lavabo, depois de bater a porta, reflete sozinha, em frente ao espelho. – Vagabunda. Aaai, que ódio. Como eu pude confiar nessa falsa por tanto tempo? Eu sabia que ela não era tão boazinha, tão digna, quanto parecia. Agora, tentar dar o golpe da barriga no meu namorado. Ah, mas isso não vai acontecer mesmo. Eu não vou permitir que ela continue com os seus planos. O Dagoberto nunca vai ficar sabendo da verdadeira origem dessa criança. Isso, se ela realmente nascer, não é? Porque eu cuidarei disso com todo o meu emprenho. Nesse instante, Dalva entra no banheiro, surpreendendo Wanda. – Falando sozinha Wanda? Do que é que você vai cuidar, assim com tanta raiva? – Dalva, era com você mesmo que eu precisava falar. – Ilumina-se o rosto da revoltada Wanda. – Eu quero saber se você pode me ajudar em uma verdadeira missão que eu tenho pela frente. – Missão? Como assim "missão"? – estranha Dalva. – Você vai me ajudar a ter êxito em meus planos, de destruir a Isabel.
Mentiras ao Léu
Isabel decide seguir o conselho de Tereza e procura Estevão, para revelar sua suposta paternidade do filho que espera em seu ventre. – Sei que é complicado. Mas eu tinha que te contar meu amor. Queria que você fosse o primeiro a saber. – Eu, pai? Mas, e já é confirmado? – O rapaz está totalmente atônito. – Sim, eu fui ao médico e ele me confirmou. Você parece não ter gostado nem um pouco da notícia – preocupa-se ela. – Não, é que eu estou um pouco assustado, só isso. Não era bem o que eu havia planejado, sabe. Mas pode contar comigo para tudo meu amor. Você terá meu total apoio. Afinal, esse filho vai ser a maior prova de nosso amor verdadeiro. – É, vai mesmo. Estevão, fico muito feliz que você pense assim. Se você soubesse o quanto eu te amo. E a moça dá um forte abraço em seu namorado, deixando cair uma lágrima. – Hey, o que é isso. Não chore. Está tudo bem. Essa criança é o que faltava para nós termos a nossa felicidade completa – fala Estevão, enquanto passa sua mão na face da amada. – Obrigada meu amor. Apenas obrigada. Enquanto isso, Wanda almoça com seu namorado Dagoberto. Fica muito grata, quando é presenteada com um lindo anel de ouro branco. – Meu amor, eu adorei o anel. –Que bom. Eu comprei pensando em você. Em como ficaria lindo em seu dedo. Em sua mão delicada. – Haha. Que romântico você tem estado, heim. Espero que não esteja tentando se redimir de nenhum deslize – censura ela, fingindo não saber de nada. – Deslize? Eu? Nunca minha paixão. Eu tenho olhos só para você – o tom de Dagoberto é ainda mais displicente. Quando estão quase selando um beijo, Dalva chega apressada e interrompe e cena de "amor". – Desculpe atrapalhar, mas Wanda o horário de almoço acabou. Temos que voltar para a loja. – Verdade. Ainda mais hoje, que temos tantos afazeres a cumprir – fala maliciosamente a moça. – Que tipo de afazeres, Wanda? Não gosto quando você fala assim. – É que tem um ninho de traças no estoque. A gente tem que dedetizar, sabe. Matar todos os filhotinhos. Um a um.
O Atentado
A única que ri de sua colocação é ela mesma, a perversa Wanda. – Beijo amor. Nos falamos a noite. Que tal um cinema? – Ah, essa noite não vai dar. Eu já tenho compromisso. – Quem perde é você. Não importa, a Dalva me acompanha então – subestima ela. – Hoje é impossível Wanda. Eu já marquei de sair com um verdadeiro pão – se justifica a amiga. – Bom, então acho que terei que esperar para ver "Os Pássaros" semana que vem. Ah, mas é imperdível. O Hitchcock é incrível. – Com certeza é. Mas vamos, amiga. Tchau, Dagoberto. – A última frase soa com uma gota refinada de sensualidade. E é retribuída a altura. – Até mais, Dalva. – Tchau, minha paixão – Wanda dá um último beijo em Dagoberto. – E Dalva, vamos agora colocar em prática o nosso combinado, heim. – Claro que sim. A Isabel vai ter um grande surpresa hoje. – Surpresa não. Vai ser é uma grande queda. As duas amigas gargalheião. E ao chegar ao trabalho Wanda e Dalva não tardam em se preparar para por em ação sua atitude nefasta. – Isabel, que bom que te encontrei – fala Dalva ao se aproximar da gestante. – A Wanda estava querendo falar com você sobre umas faturas. Ela está te esprando na salda de reuniões. A do segundo andar. – Aham, obrigada pelo recado. Eu vou subir então. – Eu te acompanho, tenho que pegar uns manequins no depósito. E as duas sobem a escadaria que dá acesso ao segundo andar juntas. Porém, quando estão quase em seu topo, Dalva para repentinamente. – Meu Deus, eu esqueci de reservar aquela bolsa para a cliente. Eu vou ter que voltar – encena Dalva, pondo as mãos na cabeça. – Tudo bem. Eu não vou te esperrar, senão vou deixar a Wanda esperando muito – se justifica Isabel. Mas o que a ingênua moça não sabe é que enquanto Dalva a distrai, Wanda chega sorrateiramente por suas costas, e a empurra escada abaixo. – Isabel, cuidado – ainda grita Dalva. Mas Isabel desaba escada abaixo, dando um grito abafado. Ao chegar ao pé da escada, já está incosciente. Do topo da elevação, Wanda e Dalva vislumbram a cena. Por fim, Wanda dá o ar da graça. – É Dalva, talvez o bebêzinho não consiga resistir a todo esse remelexo. Afinal, quedas não são muito aconselháveis durante uma gravidez, não?
NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO, AMANHÃ AQUI NO TN!!