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'Iogurtinhos e sucos que ela amava estão vencidos na geladeira', conta mãe sete meses após morte da filha de 3 anos vítima de queda do avião que matou 62 pessoas

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Liz Ibba dos Santos, de três anos, era uma das 62 vítimas que estavam no voo da VoePass, que caiu em agosto de 2024. Familiares e amigos prestaram homenagens às vítimas, em Cascavel. Amores além da vida: familiares se encontram para homenagens

O rosto meigo e delicado da pequena Liz Ibba dos Santos, de três anos, está gravado no braço da mãe, a jornalista Adriana Ibba. Sete meses se passaram do acidente aéreo da VoePass, que vitimou a menina e outras 61 pessoas em 9 de agosto de 2024, mas para quem vive o luto o tempo parou. Assista ao vídeo acima.

O quarto, a organização dos brinquedos e até mesmo as bebidas preferidas da menina permanecem nos mesmos lugares em que ela deixou antes de embarcar no voo com o pai, Rafael Fernando dos Santos. Eles iriam para Florianópolis passar o Dia dos Pais.

"O quarto dela está lá, tudo no lugar. Os brinquedos como ela deixou ali porque era para ela voltar, era para ela estar aqui, brincando, então está tudo lá. Eu confesso que até os iogurtinhos e os sucos de uva que ela amava, estão vencidos, mas estão na geladeira, porque eu não sei explicar, mas abrir e ver aquilo, que são coisas que eram da minha filha, que são da minha filha, me trazem um certo acalento", contou emocionada Adriana em entrevista à RPC.

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Rosto meigo e delicado da pequena Liz Ibba dos Santos, 3 anos, está gravado no braço da mãe, a jornalista Adriana Ibba.

Reprodução RPC

Adriana, assim como outros familiares e amigos das vítimas do acidente aéreo se reuniram no domingo (9) para uma homenagem às vítimas da queda do avião que decolou em Cascavel e caiu em um condomínio em Vinhedo (SP). A cerimônia intitulada "amores além da vida", aconteceu no lago municipal Paulo Gorski.

O evento foi organizado pela Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 2283 e contou com uma caminhada, um culto ecumênico. Participantes ainda puderam fazer a doação de alimentos, roupas e cobertores, que serão encaminhados para instituições de caridade.

As famílias soltaram balões brancos com sementes de árvores nativas simbolizando que a vida, de alguma forma, continua.

Saiba quais foram as vítimas

Sete meses após o acidente, as investigações sobre o acidente continuam e as famílias seguem acompanhando, como Andréia Costa, irmã de Adrielle Costa e tia de Lucas Felipe Costa Camargo, mãe e filho, também vítimas do acidente aéreo.

"Todos os dias a gente revive isso, até pela situação, os processos, pela situação com os advogados ainda. [...] temos que reviver tudo, todos os dias," disse consternada Adréia.

Evento contou com um culto ecumênico.

Sidney Trindade/RPC

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Familiares e amigos prestaram homenagens às vítimas.

Sidney Trindade/RPC

O acidente

Cerca de um minuto separa o momento em que a tripulação do voo 2283, da Voepass, notou uma queda brusca de altitude da colisão com o solo.

Os registros mostram que aeronave, um ATR 72-500 geralmente utilizado em rotas regionais, decolou de Cascavel (PR) às 11h56 de 9 de agosto de 2024 com 58 passageiros e quatro tripulantes. O voo tinha como destino Guarulhos (SP).

O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e assim seguiu até 13h21. Foi neste momento que, segundo a plataforma Flightradar, a aeronave começou a perder altitude e fez uma curva brusca.

A partir das 13h21, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo e não declarou emergência ou informou estar sob condições meteorológicas adversas.

Um minuto depois do último registro, às 13h22, a altitude da aeronave foi para 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros. A velocidade da perda de altitude foi de 440 km/h.

Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáuticos (ARCC), conhecido como SALVAERO, foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada em um condomínio residencial.

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