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Prefeitura do PR investiga morte de jovem grávida após espera de mais de 3 horas por atendimento médico

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Por Tamandaré Notícias 22/02/2025 às 21:15:54
Thathyele Alves da Silva, 26 anos, estava no oitavo mês de gravidez e enfrentava uma gestação de risco após diagnóstico de tuberculose. O bebê também morreu. Ela deixa o marido e um filho de seis anos. Prefeitura do PR investiga morte de jovem grávida após esperara de mais de 3 horas por atendimento médico

Reprodução RPC

A Prefeitura de Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), investiga a morte da jovem grávida Thathyele Alves da Silva, 26 anos, após ela esperar por atendimento médico no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, por mais de três horas dentro de uma ambulância.

"[Ficou] dentro da ambulância e toda hora que a gente perguntava para a médica do Samu se ela tinha dado uma melhorada, a médica falava que ela piorava cada vez mais. Ela já estava tendo rebaixamento de consciência e ninguém fazia nada, foi um desespero total", contou a tia da vítima, Janaína Borges, em entrevista à RPC.

Thathyele estava no oitavo mês de gravidez e enfrentava uma gestação de risco, após diagnóstico de tuberculose em janeiro deste ano. A confirmação da doença veio após a jovem começar a perder peso e adoecer, além de passar por diversas internações ao longo dos últimos seis meses.

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Desde janeiro ela era atendida no Hospital Angelina Caron e tomava medicamento para tratar a doença. No dia 15 de fevereiro deste ano ela foi para o hospital com muita dor no abdômen e ficou internada por três dias, quando recebeu alta.

A Secretária de Saúde de Bocaíuva do Sul informou em nota que após a alta, duas enfermeiras visitaram Thatielly para entregar um medicamento de uso contínuo que ela tomava.

Durante esse atendimento, elas constataram que a jovem estava mal, com vômitos, falta de ar, nível de consciência baixo e falta de movimentos do bebê. Diante da situação, as enfermeiras acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que levou Thatielly ao hospital Santa Julia, em Bocaiúva do Sul.

O quarto para receber a mãe e o bebê já estava pronto.

Reprodução RPC

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Depois de ser avaliada, a paciente foi transferida para o Hospital Angelina Caron, já que o hospital de Bocaiúva do Sul não teria condições de manter pacientes em estado grave, afirma a nota.

Segundo a família, Thatielly ficou por horas dentro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) móvel do Samu, em frente ao hospital aguardando um quarto.

Mais de três horas de espera na ambulância

De acordo com a prefeitura de Curitiba, que responde pelo Samu da RMC, a ambulância levando Thatielly saiu de Bocaíuva do Sul às 17h26, chegou ao Hospital Angelina Caron às 18h38 e a paciente deu entrada no hospital logo depois das 22h. Foram pelo menos três horas e vinte minutos de espera.

Thatiele ficou internada na UTI. Segundo o atestado de óbito, o bebê morreu ainda na quarta-feira (19), com trinta e duas semanas de gestação. A mãe morreu no dia seguinte, segundo o atestado, por causa de paradas cardíaca e respiratória, desnutrição e tubérculo pulmonar.

O quarto para receber a mãe e o bebê já estava pronto.

"Estou destruído, não consigo ficar sozinho aqui em casa. [...] Destruiu meu coração, estava sendo muito esperado", lamentou Gian da Silva, marido de Thatielly e pai do bebê que eles esperavam.

O que diz o hospital onde morreu a jovem grávida

Em nota, o hospital disse que lamenta profundamente o desfecho do caso e se solidariza com a família e amigos da paciente.

Disse também que desde janeiro Tathielly fazia acompanhamento para diversas comorbidades diagnosticadas quando ela ainda fazia pré-natal em Bocaiúva do Sul e que não iniciou as consultas de pré-natal no Angelina Caron.

A nota afirma também que, seguindo todo o cuidado que uma gestação de alto risco exige, no dia 15 de fevereiro a paciente deu entrada no pronto socorro com dores abdominais.

O hospital diz que durante os três dias de internação ela recebeu atendimento conforme todo os protocolos médicos. Depois de estabilizada, diz a nota, Tathielly recebeu alta na manhã de terça-feira (18).

Na noite do mesmo dia, segundo o hospital, ela voltou ao Angelina Caron e ficou na UTI móvel, com acompanhamento médico, até ser admitida em um quarto isolado, por causa da gravidade do caso e da comorbidade que ela tinha.

O hospital falou que a paciente tinha um quadro clínico com diversas comorbidades graves e morreu na noite de quinta (20) mesmo com todo o atendimento prestado. Por fim, a nota diz que o hospital respeita a privacidade dos pacientes e que não autoriza a divulgação de informações pessoais.

A RPC questionou o hospital se o tempo de quase quatro horas que a família disse que Thatielly esperou para ser internada é comum e por que a jovem recebeu alta, mesmo sendo gestante e tendo tantas comorbidades.

A RPC também questionou se ela recebeu alguma prioridade no atendimento, já que ela retornou após o estado dela se agravar e se foi aberta alguma sindicância no hospital para apurar o caso.

O Hospital Angelina Caron não respondeu aos questionamentos e se limitou a dizer que o posicionamento do hospital está na nota cedida pelo hospital após o caso.

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