Local é referência no país e trabalha com todos os tipos de tecidos para transplante, como pele, córnea e válvulas cardíacas. Há 11 anos, Renata e Pedro viram a vida por um fio após serem atingidos por explosão e terem queimaduras gravissímasReprodução/RPCDepois de sofrerem graves queimaduras após a explosão de um sistema de gás, o médico Pedro Sferelli e a filha, a também médica Rafaela Sferelli, se viram diante de um cenário em que tinham apenas 2% de chances de sobrevivência.Apesar de difícil, a recuperação foi possível graças ao único banco de tecidos humanos do Brasil, que fica localizado em Curitiba.? Siga o canal do g1 PR no WhatsApp? Siga o canal do g1 PR no TelegramO acidente foi em em 2014. Pai e filha foram resgatados em estado gravíssimo, com queimaduras por toda a parte. Pedro, por exemplo, teve 70% do corpo queimado."Eu tive 70% do corpo queimado – membros superiores, toráx e especialmente as pernas... Nós chegamos a ter somente 2% de chance de vida durante dois meses", relata Pedro.Pedro e Renata ficaram meses internados na UTI por conta de queimaduras.Arquivo pessoalApós meses internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e diversas cirurgias, os dois atualmente vivem sem sequelas. Pai e filha lembram que o tratamento que enfrentaram envolveu autoenxerto – quando um pedaço de tecido é transferido de uma parte do corpo para outra – e transplante de pele, a partir de materiais do Banco de Multitecidos da capital.Locado no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, o banco trabalha com todos os tipos de tecidos para tranplante, como pele, ósseos, córnea e válvulas cardíacas. Os materiais são captados a partir de doações de pessoas que faleceram, autorizadas pelas famílias.O local é referência no país e, em 2024, contabilizou 552 tecidos captados, que beneficiaram mais de 700 pacientes em nove estados do Brasil."Com uma única doação de um ente querido, em que a família se solidarizou e doou os orgãos, diversas pessoas vão se beneficar, melhorando e cuidando da vida dessas pessoas", reforça Leon Grupennmacher, médico-chefe do Banco de Multitecidos.Leia também:'Vai viver apanhando de mim': Câmera registrar som de agressões de mãe contra filhaCaso Marcelo Arruda: Jorge Guaranho deixa Complexo Penal e vai para prisão domiciliarGolpe: Polícia apreende tratores de enchentes no RS que eram vendidos como novos no PRBanco de tecidos em Curitiba permite recomeço a pacientesEntenda como funciona o Banco de MultitecidosQuando os materiais chegam ao hospital, eles passam por um equipamento que faz a desinfecção e os procedimentos necessários para que o tecido possa ser doado. No laboratório, os tecidos são processados e, ao contrário dos órgãos, podem ser armazenados, na espera de serem doados, pelos seguintes períodos:Córnea - 14 dias;Tecido ocular - 4 meses;Tecidos cardiovasculares - 1 ano;Pele - 2 anos;Ossos - 5 anos.O Banco também é o único do país que faz doações de válvulas cardíacas e recebe doações de diversas regiões. Em média, 15 pacientes por mês recebem válvulas de Curitiba, a maioria recém-nascidos.Curitiba abriga o único banco de multitecidos do BrasilGleison Luz/Fundhacre*Com colaboração de Matheus Karam, estagiário do g1 Paraná, e supervisão de Mariah Colombo e Caio Budel.VÍDEOS: Mais assistidos do g1 ParanáLeia mais notícias no g1 Paraná.