A guerra entre Israel e o Hamas tem servido para o momento de fama de uma porção de especialistas. Jornalistas, cientistas políticos, teólogos, historiadores e youtubers, trazem diferentes visões para um confronto que se contextualiza no conflito histórico entre judeus e palestinos. Muitas vezes são receitas fáceis para uma luta cheia de complexidades.
Os influencers são os melhores. Especialistas em tudo, repetem, como papagaios, que em 1948, o Brasil de Oswaldo Aranha, que presidia a Assembleia Geral da ONU, deu o voto de minerva para a criação o Estado de Israel e bla bla bla... Consideram que com esse conhecimento básico, estão habilitados a falar como doutores em geopolítica.
Concomitantemente, os políticos de turno usam o conflito para travarem suas próprias batalhas ideológicas e se apresentarem para o público de redes sociais. A extrema-direita enxerga no atual Estado Israel o povo hebreu da Bíblia, aquele que peregrinou no deserto até chegar à terra das promissões. Afetados por uma religiosidade inculta e fanatizada, confundem um ente político com o povo escolhido do Antigo Testamento. E nessa toada delirante, idolatram Israel justificando qualquer atrocidade por ele cometida.
A extrema-esquerda – aquela que de tão tapada só consegue enxergar o mundo com o binarismo oprimido/opressor – busca incutir na mente da sociedade que o Hamas é um grupo de resistência, uma espécie de "agência do bem" que difunde sua visão "altruística" de mundo, trucidando gente. Fundados nessa ideologia torpe, minimizam as barbáries do grupo terrorista que oprime e mata seus próprios irmãos e trabalha pela aniquilação do povo de Israel.
Como não sou especialista e tão pouco tenho a necessidade de defender narrativas político-ideológicas para angariar seguidores, acredito que há pelo menos um ponto na guerra do Oriente Médio – e em qualquer outra guerra – que não deveria gerar polêmica. Nada justifica a morte de pessoas inocentes. Seja por ações deliberadas de grupos terroristas ou pelo chamado efeito colateral dos confrontos, vidas humanas deveriam importar. Se a morte de inocentes – israelenses ou palestinos – não nos causa comoção, equivale dizer que estamos completamente desumanizados e já não há bondade em nós.
Nesse sentido, antes de querer defender esta ou aquela bandeira, nossa torcida deveria ser sempre pela paz, pois não existe razão na guerra!