Segundo associação, dado representa crimes registrados de janeiro a junho de 2023. Cidades com mais cabos levados são Curitiba e Maringá. Veja nesta reportagem como denunciar. Veja como denunciar em caso de suspeita de furto ou roubo de cabos de internet, ou energia
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Em seis meses, 591 quilômetros de fios de telecomunicações - internet e telefonia - foram furtados ou roubados no Paraná, um aumento de 21,2% em relação ao primeiro semestre de 2022, quando foram levados 487 mil metros de cabos.
Os números estão no levantamento da Conexis Brasil Digital, associação que representa as grandes operadoras do país.
Esse número coloca o Paraná como o segundo estado do Brasil com maior incidência desse tipo de crime, perdendo apenas para São Paulo.
A quantidade de cabo furtada ou roubada no estado paranaense, se esticada, se aproxima à distância entre Paranaguá e Foz do Iguaçu.
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De acordo com a Diretora de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação na Conexis, Daniela Martins, o número de furtos e roubos no Paraná aumenta a cada ano.
"O estado do Paraná nos chama bastante a atenção pela quantidade de metros de fios que foram subtraídos das redes. Quando um cabo é roubado ou furtado, as empresas precisam recompor essas redes e o gasto é maior", explicou.
Paraná é o segundo estado com maior número de furtos ou roubos de cabos de telecomunicações
Arte/RPC
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No Paraná, segundo a Conexis, Curitiba foi a cidade que mais registrou furtos e roubos no primeiro semestre de 2023.
No ranking, a capital é seguida por Maringá, no norte do estado, e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Confira, abaixo, a lista das cidades no Paraná com mais casos de furtos e roubos:
Furto e roubo de cabos em metros no 1º semestre de 2023
Na mira da polícia
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) também tem dados que indicam o aumento de furtos e roubos de cabos.
Segundo a pasta, nos últimos três anos, os registros de boletins de ocorrência sobre estes crimes tiveram aumento de 149%.
2020: 7.229 boletins de ocorrência
2021: 14.727 boletins de ocorrência
2022: 18.052 boletins de ocorrência
Para a delegada Maritza Maira Haisi, chefe da Divisão Policial da Capital da Polícia Civil do Paraná (PC-PR), os dados de furtos e roubos destes materiais no estado são preocupantes. Além disso, se soma ao problema os receptadores.
Ela avalia que um caminho para o combate esse crime é a criação de leis que endureçam as penas.
"Estamos vendo um movimento de aumento dessas ações criminosas, o que preocupa muito o setor. A conectividade é cada dia mais importante na vida das pessoas e esses crimes não podem mais ser vistos como de menor gravidade", explicou.
De acordo com o delegado-chefe do Centro de Operações Policiais Especiais, Rodrigo Brown, a Sesp vai começar, na próxima semana, um grupo de trabalho que envolverá várias forças de segurança e empresas de telefonia.
Prejuízo coletivo
A dona de um petshop de Maringá, Maria Aparecida Mendes Hoshino, contou que ficou sem os serviços da operadora de telefone e internet por mais de duas semanas por conta de fios na região em que trabalha.
"Chamei o técnico, ele avaliou e disse que o cabo, que fica na rua, foi arrancado pelos malandros. O cabo tá largado lá até hoje", disse.
Criminosos deixam moradores sem acesso à internet
Arquivo pessoal/ reprodução
Segundo a moradora, um grupo de mensagens com vizinhos do bairro foi criado para alertar de possíveis furtos de cabos, que, de acordo com ela, tem acontecido com frequência.
O filho dela, que depende da rede de internet para estudar, foi prejudicado e precisou contratar um plano extra da operadora para usar a rede móvel do celular.
De acordo com o delegado de furtos e roubos de Maringá, Laércio Fahur, em 2023 foram realizadas 10 operações, com buscas em alvos específicos que estavam sendo monitorados, além de prisões em flagrante de funcionários terceirizados utilizando a função para cometer os crimes.
Crimes:
VÍDEO: Homem se pendura em fiação para furtar cabos de cobre, em Curitiba
OPERAÇÃO: Polícia apreende 4 toneladas de cabos de cobre em operação
Serviços essenciais também são prejudicados
Segundo o tenente Alex Boni, do Corpo de Bombeiros de Maringá, o prejuízo pela criminalidade interrompeu, duas vezes neste ano, o serviço de emergência da corporação e do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) por várias horas.
"Isso trouxe prejuízo para a resposta à população pela falta de urbanidade daqueles que causaram o furto", disse.
Um caso semelhante ocorreu em Paranaguá, no litoral do estado, no final de setembro. Na ocasião, a central dos bombeiros ficou mais de uma semana sem quatro das três linhas telefônicas disponíveis.
Atendimento do Samu é prejudicado por furto de cabo de telefonia
Reprodução/RPC
Criminosos de 'carteirinha' versus vulnerabilidade
A delegada Maritza Maira Haisi avalia que o Paraná tem dois perfis de pessoas que cometem estes crimes. Segundo ela, parte dos suspeitos são pessoas vulneráveis e sem emprego.
Ao mesmo tempo, ela explica que furtos e roubos também são cometidos por "especialistas de carteirinha", que subtraem os cabos com facilidade, sem deixar pistas, como funcionários e ex-funcionários de operadoras de telefonia.
"Para fazer determinados cortes, é preciso ter um conhecimento prévio para ter com assertividade", falou.
Homem se pendurou em fiação para roubar cabos de cobre, em Curitiba
Reprodução
Falsos funcionários de telefonia e internet: como identificar o crime
Segundo a delegada Maritza, quando a população ver pessoas trabalhando em redes de telefonia e internet, é importante ficar alerta.
"Se vir alguém retirando o cabeamento ou até mesmo vir que a suposta empresa causa estranheza, denuncie", falou.
Se for constatado o furto ou o roubo, ainda de acordo com a delegada, testemunhas podem registrar o Boletim de Ocorrência (B.O) presencialmente ou pela delegacia eletrônica.
A delegada Maritza lembra que registrar boletim do crime é uma forma de garantia para a vítima ter o material devolvido, caso seja encontrado, além de ser um canal para obter informações importantes para criação de novas políticas públicas.
Punição para os crimes
Câmera flagra furto de fios em Maringá (PR)
Reprodução/RPC
De acordo com o Código Penal Brasileiro, a punição para quem furta fios é de prisão de dois a oito anos de prisão. O crime de receptação é de 1 a 4 anos de prisão.
Para receptação qualificada - adquirir material proveniente de furto ou roubo e comercializar - a pena vai de 3 a 8 anos de prisão, mais multa.
Atualmente, dois projetos de lei estão em tramitação no Congresso Nacional para aumentar a pena em caso de furto ou roubo de cabos de eletricidade, telefonia e internet.
PL 4.997/2019: Propões aumentar a pena para quem for flagrado furtando ou roubando cabos, ou recebendo a mercadoria.
PL 5.846/2016: projeto propõe punir quem detém de materiais de uso exclusivo de empresa de telefonia
Equipe técnica já atua em reparo da linha
Cedida
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